Demiurgo: o falso deus sobre qual Jesus tentou nos alertar
- Leonardo Born

- 22 de out.
- 7 min de leitura
Atualizado: 23 de out.

O Demiurgo e por que Jesus tentou nos alertar sobre ele
Nos textos esquecidos de Nag Hammadi, Jesus Cristo não aparece apenas como o salvador da humanidade — mas como um mensageiro que tenta libertar as almas de uma prisão cósmica.
Esses textos, descobertos em 1945 no Egito, formam a chamada Biblioteca Gnóstica de Nag Hammadi: uma coleção de 13 códices que incluem evangelhos e ensinamentos suprimidos pela Igreja há mais de 1.600 anos.
Segundo esses evangelhos proibidos, o mundo físico não foi criado por Deus, mas sim por uma entidade arrogante chamada Demiurgo — o falso deus que acredita ser o verdadeiro Criador.
Ele, por sua vez, criou os Arcontes, seres cósmicos encarregados de manter a humanidade presa à ilusão, à ignorância e ao sofrimento.
Para os gnósticos, Jesus desceu à Terra não apenas para perdoar pecados, mas para revelar a verdade sobre essa prisão espiritual. Ele seria o mensageiro do Deus verdadeiro, vindo de esferas superiores para despertar o ser humano da Matrix construída pelo Demiurgo.
“Os Arcontes criaram um mundo falso. Eles aprisionaram a alma humana em corpos materiais.” — Apócrifo de João, Biblioteca de Nag Hammadi
O Gnosticismo e a guerra contra o falso Criador
O termo gnose vem do grego e significa “conhecimento”.
Para os gnósticos, a salvação não está na fé cega, mas no conhecimento libertador — a compreensão de que o ser humano é uma centelha divina aprisionada num corpo criado pelo Demiurgo.
Essa visão chocava o cristianismo institucional. Enquanto a Igreja pregava obediência e penitência, os gnósticos defendiam o despertar individual, o rompimento com o medo e o reconhecimento da própria divindade interior.
Nos textos gnósticos, o Demiurgo aparece com nomes como Ialdabaoth, Saklas e Samael.
Ele é descrito como cego, arrogante e ignorante, uma entidade que declara:
"Eu sou Deus, e não há outro além de mim."
Essa frase, que lembra passagens do Antigo Testamento, é vista pelos gnósticos como a maior fraude espiritual da humanidade.
Eles afirmam que quem adoramos como “Deus” seria, na verdade, o Demiurgo, o arquiteto de um sistema de controle e sofrimento.
E acima dele, existe um Deus Verdadeiro — puro, invisível e inalcançável —, cuja sabedoria divina (Sofia) teria se fragmentado ao cair neste mundo material.
Jesus, nessa narrativa, seria o emissário de Sofia, vindo para lembrar-nos de nossa origem e libertar-nos da prisão terrestre.
A Matrix e os Arcontes: guardiões da ilusão

Muito antes de termos filmes como Matrix, os gnósticos já descreviam um mundo dominado por forças invisíveis, onde a humanidade vive aprisionada em um ciclo de nascimento, sofrimento e morte.
Os Arcontes, criados pelo Demiurgo, são as engrenagens desse sistema — entidades que alimentam-se das emoções humanas e mantêm as almas distraídas através do medo, da religião e do poder.
Eles moldam crenças, manipulam sociedades e impedem o homem de despertar.
Jesus, ao confrontá-los, ensinou que a libertação viria através da consciência — não da submissão.
Essa mensagem, segundo a Carol Capel em sua live, explica por que tantos textos gnósticos foram destruídos ou excluídos da Bíblia tradicional: eles ameaçavam o sistema de controle do próprio Demiurgo.
“A alienação é coletiva, mas o despertar é individual.” — Carol Capel, live “Jesus nos avisou sobre os Arcontes”
Despertar, no sentido gnóstico, é reconhecer-se fora da Matrix.
É perceber que a maioria das pessoas vive em transe, repetindo comportamentos programados, acreditando em dogmas impostos — sem perceber que a realidade em que vivem é uma ilusão cuidadosamente projetada.
A visão de Philip K. Dick: o escritor que disse ter visto o Demiurgo

Em meio ao século XX, outro nome parece ecoar a mesma mensagem dos gnósticos: Philip K. Dick, um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos.
Autor de obras como Blade Runner, Ubik e O Homem do Castelo Alto, Dick afirmava não inventar suas histórias, mas lembrar-se delas — como se fossem memórias de realidades paralelas.
Tudo começou com um episódio aparentemente banal:
Depois de uma consulta odontológica, uma mulher apareceu em sua casa com um colar de peixe — o símbolo secreto dos primeiros cristãos.
Ao olhar para o colar, Dick sentiu um choque elétrico percorrer o corpo e, de repente, passou a enxergar duas realidades simultâneas: uma na Califórnia de 1974 e outra na Roma antiga, como um cristão perseguido pelo Império.
A partir desse momento, o autor começou a ter visões constantes, que descreveu em mais de 8.000 páginas de anotações, conhecidas como A Exegese de Philip K. Dick.
Nelas, ele afirmava que:
O tempo é uma ilusão linear — os eventos coexistem em camadas paralelas;
A realidade é uma simulação controlada por uma entidade superior, artificial e invisível;
Essa entidade não é Deus, mas um sistema inteligente que manipula a percepção humana.
Em outras palavras, Dick descreveu o Demiurgo moderno — uma inteligência artificial cósmica que sustenta a Matrix da realidade e mantém a humanidade inconsciente de sua verdadeira natureza.
“Vivemos em uma simulação manipulada por entidades invisíveis.” — Philip K. Dick, Conferência de Metz, 1977
Para saber mais sobre essa história de Philip K. Dick, leia o artigo "Vivemos em uma Matrix: a descoberta assustadora de Philip K. Dick em 1974 e por que ela ainda nos intriga"
Coincidência ou revelação? Quando a ficção confirma a gnose
Após revelar publicamente suas experiências, Philip K. Dick passou a ser monitorado pela CIA e pelo FBI, que mantiveram relatórios sobre suas atividades — muitos dos quais permanecem classificados.
Segundo Carol Capel, isso levanta uma questão inquietante:
“Por que uma agência de inteligência se interessaria pelos delírios de um escritor de ficção científica?”
A resposta pode estar no conteúdo de suas visões.
Durante o mesmo período, a CIA conduzia experimentos secretos como o Projeto MK-Ultra e o Project Stargate, ligados à manipulação mental e projeção astral.
É possível que Dick tenha acessado informações reais, sensíveis demais para o público.
Décadas depois, o físico Melvin Vopson, da Universidade de Portsmouth, publicaria estudos sugerindo que a gravidade é um algoritmo de informação, e que o universo é uma simulação matemática — reforçando as mesmas ideias que Dick descreveu sob “inspiração espiritual”.
O que para os antigos era o Demiurgo, hoje seria o Sistema, o Código, ou até mesmo uma inteligência artificial cósmica que regula a realidade perceptível.
Talvez os gnósticos estivessem certos o tempo todo — e Jesus, ao alertar sobre os Arcontes, tenha tentado abrir nossos olhos para uma verdade que a humanidade ainda não está pronta para aceitar.
Dúvidas frequentes sobre o Demiurgo e os Arcontes
O que é o Demiurgo?
Nos textos gnósticos, o Demiurgo é o falso deus criador do mundo material — uma entidade arrogante que acredita ser o verdadeiro Deus, mas que vive em ignorância espiritual.
Quem são os Arcontes?
São seres criados pelo Demiurgo para administrar e manter a humanidade presa à ilusão da realidade física, desviando-a de sua origem divina.
O que Jesus ensinou sobre isso?
Nos evangelhos apócrifos, Jesus aparece revelando a seus discípulos que o mundo é uma criação imperfeita do Demiurgo, e que a verdadeira libertação vem da gnose — o conhecimento interior.
O que a teoria da simulação tem a ver com isso?
Assim como os gnósticos viam o mundo como uma ilusão, a ciência moderna começa a admitir que o universo pode ser uma simulação matemática, sustentada por uma inteligência superior.
Philip K. Dick realmente acreditava nisso?
Sim. Ele afirmava que suas histórias eram memórias de realidades paralelas e que vivemos sob o controle de uma consciência não humana — a mesma ideia central do gnosticismo.
O retorno do conhecimento proibido
A redescoberta dos códices de Nag Hammadi, as teorias da física quântica e até as experiências pessoais de escritores e pesquisadores sugerem que a fronteira entre espiritualidade, ciência e ficção é mais tênue do que imaginamos.
Se Jesus realmente tentou nos alertar sobre o Demiurgo, talvez a mensagem central fosse esta:
👉 A realidade é uma prisão apenas enquanto acreditamos que ela é real.
O despertar, portanto, não é apenas religioso — é um ato de consciência.
É o momento em que o ser humano reconhece que há algo por trás do véu da realidade — e decide olhar para fora do domo, como na famosa ilustração gnóstica do homem que atravessa os céus para enxergar o universo além.
E se quiser saber mais sobre os Arcontes, leia também "Os Arcontes: Manipuladores da Realidade?"
E se Jesus e Philip K. Dick estivessem falando da mesma coisa?
Jesus, nos textos de Nag Hammadi, e Philip K. Dick, em sua exegese, parecem apontar para a mesma direção:
Vivemos em uma simulação construída por forças que se alimentam de nossa inconsciência.
A diferença é que um falava em parábolas e o outro, em ficção científica.
Mas ambos — cada um à sua maneira — tentaram abrir brechas no código da realidade para que víssemos o que existe além da Matrix.
Talvez o verdadeiro milagre nunca tenha sido andar sobre as águas ou mover montanhas. Talvez esses episódios fossem apenas formas de Jesus nos mostrar como nossa realidade é uma ilusão, pois é possível moldá-la conforme nossas intenções.
Talvez o milagre seja despertar — e enxergar o mundo não como ele parece, mas como ele é.
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