ChatGPT: o que está por trás do medo crescente em torno da Inteligência Artificial
- Leonardo Rodrigues do Nascimento
- 3 de set.
- 3 min de leitura

O impacto do ChatGPT e o temor dos pesquisadores
Enquanto muita gente se preocupa em guardar dinheiro para a aposentadoria, alguns pesquisadores simplesmente desistiram desse plano por causa do avanço da Inteligência Artificial (IA).
Nate Soares, diretor do Machine Intelligence Research Institute, foi direto ao ponto:
“Não espero que o mundo exista até lá”.
Dan Hendrycks, do Center for AI Safety, reforçou a mesma visão, afirmando que a humanidade pode nem chegar inteira ao fim da sua vida útil.
E Geoffrey Hinton, o “padrinho da IA” e vencedor do Prêmio Nobel de Física em 2024, calculou em até 20% a chance de a IA levar à extinção humana nas próximas décadas.
Essas vozes não vêm de leigos — vêm de engenheiros, fundadores e cientistas que estão na linha de frente da corrida tecnológica. A imprensa americana até criou um nome para esse grupo: AI Doomers, pessoas que acreditam que a curva de risco da IA já ultrapassou a margem de segurança.
Como surgiram as primeiras IAs e os modelos de linguagem

Para entender o debate, é importante lembrar de onde tudo começou. A pesquisa em Inteligência Artificial remonta aos anos 1950, com Alan Turing questionando se máquinas poderiam pensar.
Décadas depois, os modelos de linguagem de larga escala (LLMs), como o ChatGPT, revolucionaram o campo. Eles funcionam a partir de redes neurais treinadas em enormes quantidades de texto, aprendendo padrões da linguagem humana para prever a palavra ou frase mais provável em uma conversa.
Principais propósitos dos LLMs:
Ajudar na automação de tarefas complexas (como programação e atendimento).
Ampliar a pesquisa científica com processamento de grandes volumes de dados.
Criar novas formas de interação homem-máquina.
O problema é que, quanto mais poderosos, mais difíceis se tornam de controlar — e é aí que nasce o medo.
Entre o risco real e a teoria conspiratória
Alguns riscos levantados por pesquisadores sérios são concretos:
Uso malicioso de IA em ciberataques e manipulação de informações.
Corrida geopolítica entre países acelerando o desenvolvimento sem regulação.
Impacto imprevisível em empregos e economia global.
Por outro lado, há o campo das teorias conspiratórias, que sugerem que IAs poderiam desenvolver consciência própria, se voltar contra os humanos e até assumir o controle do planeta. Ainda não existem evidências sólidas de que isso seja possível, mas o simples fato de cientistas de ponta levantarem a hipótese mantém o mistério no ar.
O momento “Oppenheimer 2.0”

A comparação que ganhou força é a de um “momento Oppenheimer”, em referência ao criador da bomba atômica. Assim como a energia nuclear trouxe avanços mas também o risco da destruição, a IA pode se tornar a tecnologia que mudará tudo — para o bem ou para o mal.
Demis Hassabis e Dario Amodei, líderes de laboratórios de ponta, admitem: a IA está avançando rápido demais. Para eles, o risco não está apenas em empregos automatizados, mas no uso geopolítico e malicioso que pode escapar ao controle.
Dúvidas frequentes sobre ChatGPT e a corrida da IA
ChatGPT pode dominar o mundo?
Não. Ele é apenas um modelo treinado para prever palavras e frases, sem consciência própria.
Então por que os cientistas estão preocupados?
Porque a velocidade do avanço tecnológico, sem regulação global, pode gerar efeitos colaterais que escapam ao controle humano.
O que é “AI Doomers”?
É o nome dado pela imprensa americana a pesquisadores e desenvolvedores que acreditam em riscos existenciais da IA.
Conclusão
O futuro da Inteligência Artificial ainda está sendo escrito. O que hoje é apenas um modelo de linguagem como o ChatGPT, amanhã pode ser o ponto de partida para uma transformação que vai muito além do que conseguimos imaginar.
Se é exagero ou não, o fato é que pesquisadores sérios estão levantando bandeiras vermelhas. E isso nos obriga a refletir: estamos vivendo um momento de pura evolução — ou estamos à beira do nosso próprio Oppenheimer 2.0?
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